As eleições autárquicas que tiveram lugar no mês de Dezembro em Cabo Verde alteraram profundamente o panorama político no país, permitindo ao histórico Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV) ganhar 15 das 23 autarquias, derrotando o partido que se encontra no poder, o Movimento para a Democracia (MPD).
Os resultados eleitorais ditaram a demissão do secretário-geral do MPD, Luís Carlos Silva, enquanto no PAICV o seu presidente, Rui Semedo, anunciou que não se recandidatará à liderança do partido, abrindo-se a corrida para a sua sucessão, a um ano de eleições legislativas.
E quando a contestação dos mais jovens cresce em Cabo Verde, nomeadamente contra o aumento do índice de pobreza e o desemprego, os dois maiores partidos vivem momentos de incerteza política, na escolha de novos líderes.
No PAICV a luta pela sucessão parece centrar-se em três nomes, dois autarcas, os presidentes das Câmaras Municipais da Praia e de São Filipe, e um deputado eleito pelo círculo da diáspora.
Já o MPD escolheu, em reunião realizada em Janeiro, Ulisses Correia e Silva para secretário-geral, nome em que depositou a sua confiança para as eleições de 2026.